Sobre corrupção: um caminho para a construção da paz.
Sobre corrupção. Um caminho para a construção da paz.
“Uma pessoa mentalmente esclarecida é aquela que desfruta do espírito, da vida. Se quiserem dizer que não são corruptos, vocês são corruptos apenas por estarem dizendo isso. A corrupção não é a apenas o que cometem com alguém; ou quando tiram algo de alguém; a corrupção é que Deus lhe deu o presente da vida e vocês nem mesmo conseguem sentir isso. A vida é um presente. Nós a desperdiçamos com os nossos próprios conflitos interiores. Nós nos queixamos ao mundo inteiro e o mundo inteiro se queixa conosco. Temos que nos tornar nossos próprios amigos.” Yogi Bhajan
Nós, seres humanos, passamos 95% do tempo em estado de não consciência e apenas 5% do desse tempo somos capazes de usar nossa capacidade do lobo frontal, ou seja, a consciência. No Kundalini Yoga buscamos treinar a nossa mente de forma a usar o seu aspecto de neutralidade. Não é tarefa fácil. Requer muito trabalho, sustentado pela prática diária de meditações e kriyas (práticas físicas). E só isso não basta. A cada vitória sobre nossas corrupções, somos novamente confrontados e testados. Assim funciona. Se “caímos”, sempre será possível retomar o caminho, levantando e aceitando, lembrando que a disciplina sempre vence. E estaremos infinitamente diante do desafio de novas escolhas.
Nossa mente armazena um arsenal de memórias subconscientes, cujo objetivo inicial é nos proteger dos perigos. Traumas e medos constituem um estresse instaurado. Esse “lixo” nos impede de viver compreendendo a realidade. A cada nova circunstância desconhecida e confrontadora, tendemos a nos apegar à nossa ideologia constituída, às nossas verdades construídas ao longo desta e de outras vidas, escurecendo a realidade presente. Ou seja, reagimos e não agimos. Reagimos baseados em paradigmas que não se baseiam na realidade presente. No Kundalini Yoga sempre buscamos nos lembrar de que a realidade é a lei. Se nos prendermos aos dogmas, às ideologias, às crenças, estaremos alijados do presente e portanto, da realidade.
A nossa grande corrupção é permitir que todo o nosso lixo mental norteie nossos pensamentos, atos e realizações. A base disso é o medo. O medo da perda da identidade, o que, em sentido mais profundo, é o medo da morte. Precisamos ter coragem de nos desapegar desse lixo, dos nossos paradigmas construídos para nos “proteger” e permitir a experiência que verdadeiramente promova essa limpeza a fim de nos expressar de modo genuíno, autônomo, soberano e livre. Na nossa verdadeira identidade (Sat Nam), comunicamos a pureza de nossa alma. O resultado pode ser uma vida no fluxo do infinito calcada no amor e compaixão, um caminho para a construção da paz.
Aproveito para divulgar o convite da Abaky para meditarmos juntos pela paz no mundo e no Brasil. Por 40 dias, meditaremos usando o mantra:
que elimina dos espaços psíquicos o medo da morte, das transições e das mudanças.
Kal Akal Siri Kal, Maha Akal, Akal Moorat, Wahe Guru
Kal = morte, Akhal = imortal, Akaal Moorat é nossa forma além da morte. Wahe Guru é um êxtase no qual nos entregamos para o Guru ( Gu = escuridão, Ru = luz)
Honrada em servir,
Com amor e bênçãos,
Gratidão pelo serviço objetivando aumentar nossa consciência!
Com amor!
Valéria
Sujeet Ji, que maravilha de texto!
Obrigada!