O Solstício de Verão

Sat Nam!

Vou falar aqui do Solstício de Verão.

Quero contar uma história que atravessa milênios, um presente que nos lembra do propósito da ação em consciência.

Quando iniciei as minhas aulas de Kundalini Yoga e soube da existência do Ashram Ram Das Puri, em Española, no Novo México, EUA, senti que precisava ir lá. Não fazia ideia da razão, mas dois anos depois, em 2012, lá estava eu, no meio do deserto, acampada, resistindo a temperaturas extremas, durante oito maravilhosos e desafiadores dias, finalizados com três dias de Tantra Yoga Branco.

Agora, vamos voltar um pouco no tempo.

Há cinco mil anos, nas montanhas do Himalaia, conta a lenda, que um Mestre reuniu seus discípulos para participá-los da sua partida desta vida. Era um momento muito triste, mas ao mesmo tempo muito auspicioso. O Mestre disse que todos eles, seus discípulos, também partiriam, percorrendo cada um o seu caminho e viveriam muitas e muitas vidas, em culturas, religiões e experiências muito diversas. Mas, passados cinco mil anos se encontrariam para, a partir de suas diversidades, trabalharem juntos pela paz e justiça. Esse encontro seria na Era de Aquário.

“Em 1970, Yogi Bhajan começou a adquirir terras para o Ashram em Española, Novo Mexico, e um dia, anciãos Hopis vieram ao seu encontro para uma visita formal. O momento era cerimonioso e especial. Eles contaram a Yogi Bhajan uma história fantástica de sua Tradução. Há milhares de anos, os Hopis recebiam pessoas vindas de todo o mundo a cada 108 anos para rezar ao espírito supremo, Wakantanta, pela paz do mundo. As pessoas vinham da Europa, Ásia e Américas cruzando rios, terras e oceanos e se encontravam onde são as terras do Ram Das Puri.

Pouco mais de 1500 anos atrás, estes encontros pararam de acontecer e, na tradição Hopi, desde então eles esperavam pelo Bahana, o ‘irmão branco desaparecido’ que viria do oriente, usando turbante, de branco, para resgatar a antiga e fabulosa tradição Hopi de reunir pessoas e trabalhar por uma nova era de paz e justiça na terra. Eles disseram que este momento havia chegado porque viram no Yogi Bhajan a consumação de sua profecia.

As terras que antes pertenciam aos Hopis foram resgatadas e adquiridas pela 3HO e por dez anos Yogi Bhajan e seus alunos, trabalharam no local, preparando-o. No dia 22 de junho de 1986, líderes religiosos de todas as denominações, caciques de várias tribos americanas, líderes políticos, ativistas da paz e pessoas interessadas foram convidadas a se encontrar em Ram Das Puri para meditar e rezar pela humanidade.

Assim venceu o Solstício de Verão”.

Guru Sangat Kaur Khalsa

É incrível como uma trama se teceu.

As palavras de um ancião da tribo Hopi costuram uma história de cinco mil anos e nos lembram do compromisso que, no percurso das nossas almas, assumimos.

“Vocês têm dito por aí que esta é a décima primeira hora.
Agora vocês precisam voltar e dizer para todos que esta é a hora.
E existem coisas a serem consideradas:
Onde você vive?
O que você faz?
Quais são seus relacionamentos?
Você está na relação certa?
Onde está sua água?
Conheça seu jardim.
Está na hora de falar a sua verdade.
Crie sua comunidade.
Sejam bons uns com os outros.
E não busquem fora de si um líder.
Este é um bom momento!
Existe um rio muito caudaloso e rápido correndo.
Este é um rio grande e veloz e muitos terão medo de suas águas.
Essas pessoas tentarão ficar presas às suas margens.
Elas sentirão que se entrarem em suas águas irão sofrer e se machucar.
Conheça esse rio e seu destino.
Os anciãos dizem que nós precisamos sair das margens e entrar bem no centro dele.
Mantenham seus olhos abertos e sua cabeça acima das águas.
E eu digo: veja quem está a seu lado no rio e celebre.
Neste momento da história não devemos levar nada para o lado pessoal, especialmente entre nós.
Porque, no momento em que o fizermos, nosso crescimento espiritual e nossa jornada serão interrompidos.
Os tempos do lobo solitário acabaram. Juntem-se!
Eliminem a palavra ‘dificuldade’ de suas atitudes e de seu vocabulário.
Tudo o que precisamos fazer agora deve ser feito de maneira sagrada e em celebração.
Nós somos aqueles que estávamos esperando”.

Assim, nós que viemos de tantos lugares e de experiências tão diversas, mais uma vez, nos reuniremos no Ram Das Puri, no Solstício de Verão no hemisfério norte, para consolidar este trabalho pela paz e pela justiça para todos.

 

Convido todos que percorreram caminhos diversos, para juntos, entoarmos o mantra Ang Sang Wahe Guru, na sadhana (prática diária) de 40 dias que nos prepara para este evento:

Sente-se em Pose Fácil, mãos em Gyan Mudra (polegar toca o indicador), foco ocular na ponta do nariz. Entoe, por 11 minutos o mantra Ang Sang Wahe Guru.

“Em todo nosso ser, em cada parte, cada célula, cada átomo, vibramos a dança dinâmica e amorosa da energia do infinito.”

Esta meditação traz felicidade e refina a intuição, abrindo o sétimo chakra e fortalecendo o campo áurico.

Com amor e bênçãos,
Surjeet Kaur